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Astronomia | O planeta onde possivelmente chove lava

Astronomia | Em seu primeiro ano de operação, o telescópio James Webb, da Nasa vai analisar dois exoplanetas quentes classificados como “superterras” por seu tamanho e composição rochosa. São eles LHS 3844 b e 55 Cancri e. A ideia é estudar a geologia curiosa de cada um desses mundos situados fora do Sistema Solar.
• 25 de janeiro de 2023 | Astronomia
| Planeta 55 Cancri e - Foto: ESA/Hubble, M. Kornmesser

No caso do planeta 55 Cancri e, chamam atenção suas temperaturas de superfície muito acima do ponto de fusão dos minerais formadores de rocha — elas chegam a 2.400 Celsius no lado diurno. Por isso, acredita-se que essa região do planeta seja coberta por oceanos de lava.

Segundo a Nasa, planetas que orbitam tão perto assim sua estrela são considerados bloqueados por maré, com um lado voltado para o astro luminoso o tempo todo. Como resultado, o ponto mais quente deve ser aquele que encara a estrela, e a quantidade de calor proveniente do lado diurno não muda muito ao longo do tempo.

Acontece que esse não parece ser o caso. Observações de 55 Cancri sugerem que a região mais quente está deslocada da parte que “olha” para a estrela, enquanto a quantidade total de calor detectada do lado diurno varia.

Uma possível explicação para isso é que esse planeta tenha uma atmosfera dinâmica que movimenta o calor. “55 Cancri e pode ter uma atmosfera espessa dominada por oxigênio ou nitrogênio”, explica Renyu Hu, do Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa, em comunicado. “Se tiver uma atmosfera, [James Webb] tem a sensibilidade e o alcance de comprimento de onda para detectá-la e determinar do que é feita”, pontua o especialista, líder de uma equipe que usará a câmera infravermelha do Webb, a NIRCam, e o instrumento infravermelho médio (MIRI) para capturar o espectro de emissão térmica do lado diurno do planeta.
| Planeta 55 Cancri e - Foto: ESA/Hubble, M. Kornmesser

Outra possibilidade é que 55 Cancri não esteja bloqueado por maré. Ao contrário: ele pode ser como Mercúrio, rotacionando três vezes para cada duas órbitas (o que é conhecido como ressonância 3:2). Como resultado, o planeta teria um ciclo dia-noite. “Isso poderia explicar por que a parte mais quente está deslocada”, comenta Alexis Brandeker, pesquisador da Universidade de Estocolmo, na Suécia, que lidera outra equipe que estuda o corpo celeste. “Assim como na Terra, levaria tempo para a superfície aquecer. A hora mais quente do dia seria à tarde, não ao meio-dia.”

A equipe de Brandeker planeja testar essa hipótese usando a NIRCam para medir o calor emitido do lado iluminado de 55 Cancri durante quatro órbitas diferentes. Se o planeta tiver uma ressonância de 3:2, eles observarão cada hemisfério duas vezes e deverão ser capazes de detectar eventuais diferenças.

Nesse caso, a superfície aqueceria, derreteria e até vaporizaria durante o dia, formando uma atmosfera muito fina detectável pelo Webb. À noite, o vapor esfriaria e condensaria para formar gotículas de lava que choveriam de volta à superfície, tornando-se sólidas novamente à medida que a noite caísse.

🅘 Astronomia é uma ciência que estuda a composição e formação dos corpos celestes e os fenômenos que acontecem no Universo. É considerada a mais antiga das ciências, tendo se originado, há milhares de anos, com base na observação do comportamento dos astros e estrelas nos céus.

| Fonte: Revista Galileu

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